A facilidade em omitir informações no Sistema Integrado de Informações Financeiras (Siafi) e a fragilidade na fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), são apontadas por réus da Operação Candeeiro como falhas que possibilitaram o desvio de, pelo menos, R$ 19,3 milhões da instituição entre 2013 e 2014. Em tom de ironia, os réus João Eduardo de Oliveira Soares e Clebson José Bezerril relataram, em interrogatório feito pelo Ministério Público Estadual no dia da deflagração da operação, 2 de setembro passado, que se a alimentação do Siafi “fosse automática, não aconteceria isso” e, ainda, que o sistema de fiscalização de contas do TCE é “muito frágil e falho”. “Eu posso roubar de janeiro a fevereiro e eles não vão saber”, disse um dos réus ao órgão ministerial. O detalhamento das ações está no processo que tramita na Justiça Estadual
Insatisfeito com os R$ 4,5 mil que recebia mensalmente enquanto diretor administrativo e com a necessidade de “rodar o dinheiro” da conta de arrecadação do Idema, Gutson Reinaldo montou o esquema corruptivo. “No final de 2013, Gutson chegou e falou que estava com problemas com outras pessoas e precisava rodar o dinheiro através de uma pessoa de mais confiança”, detalhou o réu João Eduardo de Oliveira Soares ao ser interrogado. Ele disse, ao MPRN, que 90% de tudo o que foi desviado ficou com o ex diretor-administrativo. Com o dinheiro, Gutson Reinaldo construiu uma fortuna que inclui apartamentos e casas de luxo em Natal e Região Metropolitana e também na Paraíba. Um dos imóveis lhe custou R$ 1,7 milhão – pagos em espécie.
Tribuna do Norte
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