Por sugestão da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), o ex-prefeito de Natal Djalma Maranhão, que revolucionou a educação na capital do Rio Grande do Norte, foi homenageado em sessão solene do Congresso Nacional nesta sefunda-feira (16). Em seu discurso de abertura da sessão, Fátima destacou que o grande mérito de Djalma Maranhão foi acreditar na força transformadora das ideias, da educação e da cultura. Fátima lembrou que quando chegou a Natal, bem jovem, para estudar e se tornar professora, a capital potiguar estava impregnada da influência de Djalma Maranhão “por uma sociedade igualitária e uma educação libertadora e inclusiva”.
A sessão do Congresso, realizada a pedido da senadora Fátima, acontece no mês em que Djalma Maranhão, falecido no exílio, aos 55 anos, completaria o centenário de nascimento. “Homenagear Djalma Maranhão é reconhecer a importância das forças populares para a construção da democracia; é homenagear todos aqueles que, um dia, sonharam com um país melhor e mais justo e, por cometerem esse absurdo “crime”, tombaram perante os algozes dos anos de chumbo”, destacou.
Compuseram a mesa, durante a sessão solene, a filha de Djalma Maranhão, Ana Maria Cavalcante Maranhão Fagundes, o sobrinho-neto do político, Haroldo Maranhão Bezerra Cabral; a filha e Djalma; a filha do ex-secretário de Educação de Natal Moacyr de Góes, Clara de Góes; o presidente da Comissão do Centenário de Djalma Maranhão no Rio Grande do Norte, Roberto de Oliveira Monte; o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Willington Germano, autor da obra Lendo e Aprendendo: a Campanha de Pé no Chão, além dos ministros Marcelo Novaes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Emmanoel Pereira, do Tribunal Superior do Trabalho.
Primeiro prefeito de Natal eleito pelo voto popular, Djalma foi um político além do seu tempo, que revolucionou o modo de se administrar e, comprometido com as causas sociais que era, governou com os olhos voltados para o povo. Com isso, é reconhecido ainda hoje, como lembrou a parlamentar, como uma das gestões mais progressistas que Natal já teve. Quando Djalma Maranhão se elegeu, em 1960, encontrou mais de 30 mil analfabetos entre os 150 mil habitantes de Natal. Isso fez com as metas principais de sua administração fossem a educação e a cultura, o que resultou na importante campanha De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler. O nome indicava que a partir de então a educação não era mais privilégio, pois todos teriam acesso à escola, sem fardas, com qualquer roupa e até mesmo sem calçados. Como o próprio Djalma escreveu, “a inteligência não está nos pés da criança”.
Em salas cedidas pela população, em dois anos, 271 escolas, sem paredes e portas, abertas inteiramente à comunidade e voltadas para a realidade local, foram espalhadas pelos quatro cantos de Natal, revolucionando a forma de educar em Natal, a partir das ideias de Paulo Freire, e com a coordenação do secretário de Educação de Djama, Moacyr de Goes. “A Campanha De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler é uma prova de que é possível produzir cultura e educar o nosso povo com criatividade, ousadia e competência – características essas que não faltavam a Djalma Maranhão”, ressaltou Fátima Bezerra.
A senadora rememorou as palavras de Djalma, no exílio, em Montevidéu, capital do Uruguai, onde veio a falecer: “Meu crime maior foi alfabetizar vinte e cinco mil crianças, na pioneira campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, reconhecida pela UNESCO como válida para as regiões subdesenvolvidas do mundo, em um país de humilhante maioria de analfabetos, e lutar para dar ao povo acesso às fontes do saber, no plano de democratização da cultura; de fazer Feira de Livros, de construir uma Galeria de Arte e estimular o Teatro do Povo; de restaurar e promover a revalorização dos Autos Folclóricos; de abrir Bibliotecas Populares que estabeleceram recordes nacionais de empréstimos de livros, numa cidade que não tinha nenhuma biblioteca pública...”.
Para Ana Maria Fagundes, filha do político, a sessão mostrou que a luta e a vida política de Djalma Maranhão não foram em vão. “ É um resgate histórico de um tempo em que Natal viveu um período de uma utopia prática, quando nosso povo tornou-se mais livre, mais consciente e sujeito de sua história, quando a política, com P maiúsculo, aliada com a cultura e a educação foram ferramentas essenciais que resultaram na campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler. (...) O prefeito Djalma Maranhão, ao querer libertar seu povo, pagou um preço muito caro: foi preso, cassado, exilado e morreu com imensa saudade de nossa terra”, declarou Ana.
Clara de Góes, filha do ex-secretário de educação de Natal Moacyr de Góes, falou do seu último encontro com Djalma. “ Era uma vez um homem. Era uma vez o frio. Era uma vez um homem que tinha frio. Era uma vez um homem que tinha medo de ter frio. E o que ele pedia? Um par de meias. Estava na embaixada do Uruguai, saído da prisão e sentia frio nos pés. A família tinha recebido o recado e decidiu que a afilhada iria levar as meias até a embaixada. As embaixadas estavam vigiadas , mas não iria prender uma menina. Ela vem ao último encontro (...) fui levar o par de meia, os recados, as recomendações ....”, relembrou.
As ações que estão sendo feitas no centenário de Djalma Maranhão foram relatadas pelo presidente da Comissão do Centenário de Djalma Maranhão no RN (Fundação José Augusto).
A sessão do Congresso, realizada a pedido da senadora Fátima, acontece no mês em que Djalma Maranhão, falecido no exílio, aos 55 anos, completaria o centenário de nascimento. “Homenagear Djalma Maranhão é reconhecer a importância das forças populares para a construção da democracia; é homenagear todos aqueles que, um dia, sonharam com um país melhor e mais justo e, por cometerem esse absurdo “crime”, tombaram perante os algozes dos anos de chumbo”, destacou.
Compuseram a mesa, durante a sessão solene, a filha de Djalma Maranhão, Ana Maria Cavalcante Maranhão Fagundes, o sobrinho-neto do político, Haroldo Maranhão Bezerra Cabral; a filha e Djalma; a filha do ex-secretário de Educação de Natal Moacyr de Góes, Clara de Góes; o presidente da Comissão do Centenário de Djalma Maranhão no Rio Grande do Norte, Roberto de Oliveira Monte; o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Willington Germano, autor da obra Lendo e Aprendendo: a Campanha de Pé no Chão, além dos ministros Marcelo Novaes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Emmanoel Pereira, do Tribunal Superior do Trabalho.
Primeiro prefeito de Natal eleito pelo voto popular, Djalma foi um político além do seu tempo, que revolucionou o modo de se administrar e, comprometido com as causas sociais que era, governou com os olhos voltados para o povo. Com isso, é reconhecido ainda hoje, como lembrou a parlamentar, como uma das gestões mais progressistas que Natal já teve. Quando Djalma Maranhão se elegeu, em 1960, encontrou mais de 30 mil analfabetos entre os 150 mil habitantes de Natal. Isso fez com as metas principais de sua administração fossem a educação e a cultura, o que resultou na importante campanha De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler. O nome indicava que a partir de então a educação não era mais privilégio, pois todos teriam acesso à escola, sem fardas, com qualquer roupa e até mesmo sem calçados. Como o próprio Djalma escreveu, “a inteligência não está nos pés da criança”.
Em salas cedidas pela população, em dois anos, 271 escolas, sem paredes e portas, abertas inteiramente à comunidade e voltadas para a realidade local, foram espalhadas pelos quatro cantos de Natal, revolucionando a forma de educar em Natal, a partir das ideias de Paulo Freire, e com a coordenação do secretário de Educação de Djama, Moacyr de Goes. “A Campanha De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler é uma prova de que é possível produzir cultura e educar o nosso povo com criatividade, ousadia e competência – características essas que não faltavam a Djalma Maranhão”, ressaltou Fátima Bezerra.
A senadora rememorou as palavras de Djalma, no exílio, em Montevidéu, capital do Uruguai, onde veio a falecer: “Meu crime maior foi alfabetizar vinte e cinco mil crianças, na pioneira campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, reconhecida pela UNESCO como válida para as regiões subdesenvolvidas do mundo, em um país de humilhante maioria de analfabetos, e lutar para dar ao povo acesso às fontes do saber, no plano de democratização da cultura; de fazer Feira de Livros, de construir uma Galeria de Arte e estimular o Teatro do Povo; de restaurar e promover a revalorização dos Autos Folclóricos; de abrir Bibliotecas Populares que estabeleceram recordes nacionais de empréstimos de livros, numa cidade que não tinha nenhuma biblioteca pública...”.
Para Ana Maria Fagundes, filha do político, a sessão mostrou que a luta e a vida política de Djalma Maranhão não foram em vão. “ É um resgate histórico de um tempo em que Natal viveu um período de uma utopia prática, quando nosso povo tornou-se mais livre, mais consciente e sujeito de sua história, quando a política, com P maiúsculo, aliada com a cultura e a educação foram ferramentas essenciais que resultaram na campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler. (...) O prefeito Djalma Maranhão, ao querer libertar seu povo, pagou um preço muito caro: foi preso, cassado, exilado e morreu com imensa saudade de nossa terra”, declarou Ana.
Clara de Góes, filha do ex-secretário de educação de Natal Moacyr de Góes, falou do seu último encontro com Djalma. “ Era uma vez um homem. Era uma vez o frio. Era uma vez um homem que tinha frio. Era uma vez um homem que tinha medo de ter frio. E o que ele pedia? Um par de meias. Estava na embaixada do Uruguai, saído da prisão e sentia frio nos pés. A família tinha recebido o recado e decidiu que a afilhada iria levar as meias até a embaixada. As embaixadas estavam vigiadas , mas não iria prender uma menina. Ela vem ao último encontro (...) fui levar o par de meia, os recados, as recomendações ....”, relembrou.
As ações que estão sendo feitas no centenário de Djalma Maranhão foram relatadas pelo presidente da Comissão do Centenário de Djalma Maranhão no RN (Fundação José Augusto).
Participam também da solenidade, o deputado estadual Fernando Mineiro, representando a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa; o vereador Hugo Manso, representando a Câmara Municipal de Natal e a secretária de Mulheres do Rio Grande do Norte, Teresa Freire, secretária estadual de mulheres do Rio Grande do Norte. Os senadores Garibaldi Alves Filho, José Agripino e Cristovam Buarque também discursaram na solenidade. A senadora Fátima leu ainda mensagem do senador José Serra relembrando a importância da gestão de Djalma para a educação.
A sessão foi encerrada pelo cantor Fernando Tovar, que interpretou as canções Baião de Pé no Chão (letra e música de Oscar Homem de Siqueira Sobrinho) e Chiado da Botina, de autoria desconhecida. Durante a sessão solene, também foi relançada a cartilha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, que ensinou milhares de natalenses a ler e escrever, com consciência crítica, como fez questão de destacar a senadora.
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