O Rio Grande do Norte ganhou merecido destaque positivo-negativo no domingo, em termos de redes de televisão. Dois personagens, em especial, se destacaram.
Miguel Nicolelis, paulistano criador do Instituto Internacional de Neurociência, instalado em Macaíba (RN), foi entrevistado no Canal Livre da Rede Bandeirantes de Televisão.
A professora Amanda Gurgel, que ganhou notoriedade na Internet após um impactante libélulo sobre a educação no estado e país, teve cerca de 20 minutos de projeção no Domingão do Faustão na Rede Globo de Televisão.
Em nenhum momentos os dois partiram para a politicalha, a fulanização ou particularização da abordagem sobre ensino, ciência, educação, formação de jovens e adultos, política, construção de uma nação.
Nicolelis, um cientista de renome internacional, nascido em São Paulo, mas que adotou o solo potiguar como ambiente de ampliação de seus estudos, maravilhou seus entrevistadores. Mostrou que este país é capaz de fazer ciência, se projetar pela inteligência, ser vanguarda.
Somos inventivos, capazes, curiosos. Faltam-nos meios, uma política de investimentos que nos faça protagonistas e não seres periféricos, ou sub-raça - como muitos ainda nos vêem.
A professora Amanda revelou boa articulação com as palavras, humildade, consciência política e altruísmo. Fez o contrário do seus algozes poderosos da política potiguar, que em vez de admitirem a fragilidade da educação, preferem rebater números e fatos, com a tentativa de vilipêndio e de desconstrução moral.
Sim, estamos no mapa do Brasil. Somos um microcosmos, mas parte dele.
A discussão de nossas mazelas, que são mazelas nacionais, deve nos despertar para o debate elevado, a busca por soluções e o banimento da intolerância como ingrediente de "negociação".
Em vez de rosnar, falar. Falar francamente o que pensamos. Em vez de agredir, ouvir. Ouvir com atenção a voz em contrário.
Nicolelis e Amanda fazem parte de um elenco raro, nesse universo humano multifacetado, de tantos matizes: nos fazem acreditar que podemos mais. Basta que descruzemos os braços, paremos de resmungar e escrevamos nossa própria história.
Sim, nós podemos.