Voto casado está funcionando
Eu estava desconfiado que alguma pesquisa qualitativa - além da sensibilidade natural dos políticos - estava indicando que a estratégia de comunicação e política de pedir o voto casado entre Rosalba, Garibaldi e Agripino estava dando resultado.
Pedi ao Instituto Start que, através dos cruzamentos ou até mesmo com a inclusão de uma questão específica a respeito do tema na próxima pesquisa, me respondesse ao questionamento.
O eleitor potiguar está vendo e ouvindo a tese de marketing de votar nos três, com Agripino pedindo voto pra Rosalba e Garibaldi, este também em reciprocidade e a candidata ao governo lembrando de votar nos dois senadores.
Pois bem, o Start me mandou algumas considerações de natureza técnica que podem levar a este raciocínio político.
No item José Agripino temos que do total de 420 entrevistados que optaram pelo candidato como 1ª opção de voto para o Senado, 56,9% (239) optaram como 2ª opção de voto o candidato Garibaldi A. Filho e 19,3% (81) optaram como 2ª opção de voto a candidata Vilma;
Para a candidata Vilma, dos 385 entrevistados que a citaram como 1ª opção de voto para o Senado, 30,4% (117) optaram como 2ª opção de voto o candidato Garibaldi A. Filho, 23,1% (89) optaram como 2ª opção de voto o candidato José Agripino e 19,2% (74) optaram como 2ª opção de voto o candidato Hugo Manso;
Para o candidato Garibaldi a. Filho, dos 365 entrevistados que o optaram como 1ª opção de voto para Senador, 52,6%(192) optaram como 2ª opção de voto o candidato José Agripino e 20,8% optaram como 2ª opção de voto a candidata Vilma;
Para o candidato Hugo Manso, dos 21 entrevistados que o optaram como 1ª opção de voto para o Senado, 42,9% (9) optaram como 2ª opção de voto a candidata Vilma e 19,0% (4) optaram pelo candidato José Agripino como 2ª opção de voto para o Senado.
Traduzindo: o eleitor que escolhe Agripino na primeira opção, 56,9% vão pra Garibaldi;
o eleitor que escolhe Garibaldi na primeira opção, 52,6% vão pra Agripino.
Agripino demonstra o maior poder de transferência, vindo Garibaldi Filho logo atrás.
Agripino é o mais citado (420 entrevistados) como primeira opção. Mas a soma dos votos datos a Garibaldi Filho na condição de primeiro nome, mas os votos transferidos de Agripino e de Vilma de Faria, empurram o Senador do PMDB para o primeiro lugar geral.
Vilma ainda foi mais citada (385 entrevistados) na primeira opção do que o próprio líder geral da pesquisa, o Senador Garibaldi Filho ( 365 entrevistados).
Mesmo que seus percentuais sejam menores, o eleitor que tem Hugo Manso na primeira opção, 42,9% deles preferem Vilma de Faria na segunda.
Mas aqui é onde está o problema da eleição do Senado.
Agripino e Garibaldi estão afinados e ampliando o seu poder de transferência de um para o outro.
E ainda recebem uma boa ajuda da principal adversária, Vilma de Faria, cujos eleitores migram em percentuais significativos para os dois (30,4% para Garibaldi Filho) e 23,1% para José Agripino).
Vilma não está conseguindo levar o segundo voto do seu eleitor para o parceiro Hugo Manso (recebe somente 19,2%).
Interessante é que 19,0% dos que votaram em Hugo para a primeira opção, preferem José Agripino na segunda vaga.
Pode ser um sacrilégio para setores do PT a opção por José Agripino, mas é o que os eleitores potiguares estão dizendo.
Neste roteiro dos votos está a decisão da eleição do Senado.
Somente 19,3% do "agripinismo" dizem que prefere Vilma na segunda opção;
20,8% do "garibaldismo" também sinalizam para o mesmo caminho.
Mas 30,4% do"vilmismo" estão dizendo que vão votar em Garibaldi Filho e 23,1% em José Agripino.
O dilema: radicalizar e correr no escuro até o dia da eleição.