terça-feira, 4 de outubro de 2011

Criação do PSD agrava crise interna no governo

O mal-estar gerado entre o governo Rosalba Ciarlini (DEM) e o grupo do vice-governador Robinson Faria (PSD) se agravou e movimentou o cenário político (mesmo que ainda no campo dos bastidores) durante o final de semana e feriado desta segunda-feira. Ontem, Robinson, que é presidente estadual do PSD, dedicou parte do dia em conversas para evitar um esfacelamento em massa do grupo que há poucos dias dava-se como certa a filiação à nova legenda.


O primeiro recuo deve partir do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Motta (PMN), que já revelara a pessoas próximas a decisão de permanecer no PMN. Ainda não se sabe os destinos de três candidatos a assentos no PSD - os deputados Vivaldo Costa (PR), Gustavo Carvalho (PSB) e Raimundo Fernandes - mas este último foi chamado ontem para uma conversa com o vice-governador. Entre os parlamentares que afirmaram em um primeiro momento a intenção de engrossar o partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, apenas Gesane Marinho e José Dias mantêm contundência ao falar sobre o assunto.

 
"Essa vergonha eu não darei aos meus eleitores, nem aos meus pais - que já morreram, e nem ao meu filho. Meu eleitorado não vai me cobrar dignidade. Não me elegi para me vender. Meu mandato vale muito pouco, mas não está à venda", esbravejou o ex-peemedebista ao reafirmar o ingresso no PSD. Gesane postou no twitter que já assinalou a ficha de filiação ao novo partido. A querela entre governo e grupo peessedebista teve início com o envio da mensagem do Executivo solicitando um empréstimo de US$ 540 milhões ao BIRD, em cujo rol de beneficiados foi excluída a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), que tem como titular o vice-governador.

 
A partir daí se iniciou uma reação dos aliados de Robinson Faria, que em conjunto com parlamentares da oposição, passaram a criticar a proposta governamental e a ensaiar possíveis emendas ao projeto original em um claro intuito de contemplar a Semarh. "O PSD tinha uma bancada importante, mas no primeiro episódio mostrou uma disposição de ser contra ou de ser um paralelo ao governo", destacou uma fonte bem postada na administração estadual.

 
A mesma fonte afirmou também que a posição do presidente da Assembléia de não seguir o vice-governador já é uma prova da reação do governo estadual. O governista ponderou, porém, que não há intenção entre os democratas do executivo potiguar de romperem com o grupo de Robinson Faria. Havia rumores de que uma reunião entre Rosalba Ciarlini e os novos líderes do PSD ocorreria de ontem para hoje, mas a informação não foi confirmada pelas assessorias do governo e do vice-governador.

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