Não sabia que o Ministério Público agora se propõe também a qualificar jornalistas entre bons e maus. A despeito da nota de esclarecimento do Ministério Público do Rio Grande do Norte sobre as interpretações das notícias veiculadas no último fim de semana e repercutidas nas mídias sociais de que a ex-prefeita de Natal Micarla de Sousa fora excluída de denúncia relacionada a “Operação Assepsia”, devo dizer, sim, que a então alcaidessa só deveria ter sido afastada do cargo se tivesse sofrido impedimento legal através de um processo a ser instalado pela Câmara Municipal, afinal, o seu mandato foi conquistado nas urnas pelo voto soberano da maioria dos natalenses.
Não quero aqui entrar no mérito da questão se Micarla de Sousa teve sim participação direta ou não nas denúncias apresentadas pelo Ministério Público à Justiça Estadual. Fato é que a mesma nota em que o MP qualifica de maus e bons jornalistas ao cobrirem o assunto, diz que “a investigação sobre as irregularidades praticadas pela ex-prefeita Micarla de Sousa, que deram ensejo ao seu afastamento no final do ano de 2012, ainda não foi concluída, permanece na Justiça Estadual, e está, após a perda do foro privilegiado, sob análise da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Natal”.
Sendo assim, como pode a Justiça afastar do cargo um político (a) alçado (a) a condição de prefeito (a) se sequer a investigação sobre as possíveis irregularidades praticadas por ele (a), ainda não foi concluída e ainda está sob a mesa da Justiça Estadual, conforme a própria nota do MP? Será que foi uma medida apenas para levar Micarla de Sousa a perder o foro privilegiado? Não acredito!
Não estou aqui criticando nem a Justiça nem o MP. Apenas colocando a minha opinião que antes de qualquer decisão judicial a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa, para ser afastada do cargo teria que sofrer um processo de impeachment na Câmara que foi omissa – já falei sobre isso – neste caso. Transformaram uma questão política em policial.
Da mesma forma acho que não compete ao Ministério Público classificar jornalistas entre bons e maus profissionais. À imprensa compete noticiar os fatos. Se eles são atropelados, como foi no caso de Micarla, que antes de qualquer coisa deveria ter passado pelo julgamento da Câmara, e não foi, são outros quinhentos. Dá margem a várias interpretações e não se trata de ser bom ou mau jornalista.
E pra não dizerem que sou favorável a PEC da Impunidade, que alija promotores e procuradores do MP das investigações de caráter criminal, esclareço que sou contra.
Ah, ia esquecendo: Seria bom que os nossos promotores e desembargadores lessem um Editorial que publiquei no último dia 30 sob o título “ Uma lupa sobre o município de Ielmo Marinho”. Confiram, por favor, clicando aqui
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