quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ex- Prefeito Salomão Gurgel Deixa "Rombo" de Mais de 9 Milhões.



Deu no Jornal De Fato
Janduís – O ex-prefeito Salomão Gurgel (PT) tem muito a explicar à população janduiense, principalmente agora que está sendo revelado o caos financeiro deixado por sua administração. O “rombo” é de R$ 9 milhões, segundo números levantados pela equipe econômica da atual gestão.

Esse valor, altíssimo para o município de pequeno porte, é o somatório de dívidas que pipocam em vários setores. A principal delas é com a Receita Federal, no valor de R$ 4 milhões. Vem em seguida a conta de R$ 3.671 milhões de empenhos feitos e processados até o dia 31 de dezembro de 2012. Somam-se, aí, R$ 762. 441 de salários atrasados e o décimo-terceiro de 2012, além do reajuste do piso dos professores, não quitado.

Os atrasados da gestão de Salomão Gurgel constam numa lista interminável de fornecedores, prestadores de serviço, Previdência e obras contratadas. O somatório atingiu o município de forma contundente, o que tem comprometido a vida da população.

Basta observar os serviços públicos, que não está funcionando a contento porque a atual gestão ainda não conseguiu recuperar o caos. “Nós recebemos a frota de veículos sucateada, lixo acumulado nas ruas, sistema de saúde paralisado, obras inacabadas. Estamos tentando aos poucos reestabelecer o bom funcionamento do serviço público”, relata a prefeita Lígia Félix, que evita lançar mais críticas ao antecessor. “A população está observando, cabe a cada tirar as suas conclusões e fazer seu próprio julgamento.”
Realmente o caos deixado pelo ex-prefeito está espalhado principalmente em várias vitais, como a saúde. Ligia lembra que quando assumiu encontrou o município no CAUC, com o SIOPS de 2012 sem informação. As duas Equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) prestes a ser bloqueadas por falta de médico há mais de 60 dias. A Farmácia Básica encontrava-se vazia. Ambulâncias sucateadas, sem pneus, baterias, revisão. Postos de saúde fechados.

A pior situação era do Hospital Maria Cristina Maia, que se encontrava em Calamidade Pública: Sem equipe suficiente, sem alimentação, sem medicamentos, sem copos, pratos, garfos, lençóis. “Estava prestes a ser fechado pela COVISA por estar sem as condições exigidas”, lembra a prefeita.

A Educação também estava prestes a entrar em colapso. Um grau altíssimo de evasão escolar, consequências dos problemas acumulados. Os professores reclamam o pagamento do décimo-terceiro salário, a folha de dezembro de 2012, 1/3 de férias, e reajuste do piso do magistério 2012.

Diante do caos, segundo a prefeita Ligia Félix, a Prefeitura tem encontrado enormes dificuldades para realizar obras e oferecer serviços reclamados pela população. O problema maior se concentra na área financeira, tendo em vista o grande volume da dívida a pagar. “Vamos trabalhar, fui eleita para isso. Espero contar com a compreensão da população para que nosso município possa enfrentar a crise”, disse a prefeita.

A reportagem procurou ouvir o ex-prefeito Salomão Gurgel, mas suas linhas telefônicas (celular) estavam fora da área.

Obras de esgotamento tem indícios de irregularidades

Além do caos financeiro, outro problema que o ex-prefeito Salomão Gurgel (PT) está sendo convocado para explicar é a obra – paralisada – do esgotamento sanitário. Os serviços são da responsabilidade da construtora Kairos Empreendimentos Ltda, que não tem informação sobre a paralisação.
O que gera desconfiança são os números da obra que não estão batendo. Fruto de um convênio com o Ministério da Saúde, através da Funasa, a construtora já deveria ter concluído 41,02% da estrutura, levando em consideração os recursos repassados para a Prefeitura em 2012.

A Fusana liberou R$ 744.410,23, que correspondem a 41,02% do valor total dos convênios, que é de R$ 1.814.704,44. Ocorre que a gestão Salomão Gurgel efetuou pagamentos de despesas correspondentes ao montante repassado, enquanto a execução da obra só atingiu 25,99%, com valor de R$ 471.641,68. Dessa forma, desconfia-se que o restante do dinheiro foi usado para pagamento de serviços não executados, o que se constitui em irregularidade.

Estes dados/informações foram extraídos do relatório enviado pela Funasa em maio deste ano, que inclusive notificou a Prefeitura de Janduís para devolução dos recursos.

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