quinta-feira, 2 de julho de 2015

LUÍS GOMES: POLÍTICA E MANZUÁ

A proximidade da eleição suplementar favorece o embate mais direto, seja através do discurso mais duro, seja na estratégia de vigilância das ruas contra a compra de votos tão presente na história política de Luís Gomes.

Temos visto fotos e comentários nas redes sociais dessa alucinante disputa, que não se restringe aos partidos políticos. Correligionários e simpatizantes arregaçam as mangas e vão junto para o front das “trincheiras da guerra”.

Muitos não dormem, passam a noite em claro vigiando aliciadores de “mentes conscientes”. Se o povo não desejasse vender o voto, então para quê tanta espionagem e tanto “mazuá”, termo que significa “engradado de varas, empregado na pesca, espécie de covo, onde o peixe entra por uma abertura e não encontra a saída”.

Aliás, qual a relação do significado de manzuá com a prática de proteção de eleitores contra a compra de votos? Talvez “engradar” eleitores numa pretensa conjuntura de proteção, para que os “peixes” (a grana) não seduzam os mais vulneráveis.

De qualquer forma, na disputa pelo poder quase tudo que leve ao sucesso do empreendimento é levado a cabo. Não importa a fome, o frio, o sono, os riscos... Fazer parte de manzuá é ser leal? É proteger eleitores? Nessa hora o eleitor não deveria ter o livre-arbítrio? Decidir sobre suas atitudes?

Parece que a cúpula dos partidos não acredita muito na honestidade e lealdade de muitos eleitores. E por que será? Ora, as experiências e fatos do passado atestam essa desconfiança e descrédito.

Só para comparativo, na última eleição municipal de Luís Gomes foram 1.744 abstenções, o que representa mais de 20% do eleitorado do município. O que isso representa? Uma simples ausência? Claro que não. Muitas dessas abstenções ocorrem pela compra de voto com a consequente retenção de título eleitoral e carteira de identidade do votante.

Na teoria, a luta pela conscientização do voto é válida e com mérito. Mas, na prática, muitos vendem o seu poder de escolha e a oportunidade de decidir, soberanamente, sobre o melhor projeto de governo para o município. Não haveria compradores se não houvesse vendedores de votos. Muitos são iscas fáceis. Pessoas fragilizadas pela falta de oportunidades na vida. Manzuá não resolve! Pena que em política se utilizem tanto do oportunismo.
 
por Antonio Roberto Fernandes do Nascimento

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