O anúncio de que o então vice-governador Iberê Ferreira (PSB) estava com câncer, admitido por ele há pouco mais de um mês, gerou duas correntes de reflexôes: uma, sobre a doença em si; a segunda, quanto aos seus desdobramentos políticos.
Vencido esse tempo, período em que Iberê - agora governador - passou por cirurgia e submete-se à quimioterapia, as duas vertentes desse enredo cruzam-se, intercalam-se e plasmam um cenário mórbido. Mais do que a torcida pela saúde do ser humano, há sinais lúgubres de apologia do pior.
Do ponto de vista jornalístico, quase ninguém tem-se preocupado em suscitar a opinião científica, veicular impressões de especialistas e exumar situações congêneres. O elementar.
Opta-se por uma crescente campanha de desestabilização de imagem do doente, para diminui-lo como concorrente eleitoral. É isso que fica fácil ser constatado.
A quem interessa a promoção do funesto, que em alguns casos beira a irresponsabilidade, má-fé e sadismo?
O comportamento soturno não está restrito a setores da mídia. Alguns políticos direta e indiretamente concorrem a essa atmosfera brumosa, doentia e desrespeitosa. Daí, às ruas, é em questão de frações de segundo.
Não se fala no câncer, para curá-lo; não se menciona o enfermo, para aquietá-lo; não se levanta o tema para desmitificá-lo. Confunde-se para extirpar não um nódulo e, sim, um pré-candidato.
Quase todos, por ignorância ou estupidez, reproduzem com seus atos o papel da profetisa "Cassandra", personagem da mitologia grega. Ela foi condenada ao descrédito, mesmo quando previu a queda e destruição de Tróia.
Iberê pode desistir da campanha? Sim, pode. Iberê poderá ser candidato? Sim, pode. Nada de anormal nas duas conjecturas.
Mas afinal de contas, quem tem medo de Iberê Ferreira de Souza?.
Nota do Blog: Parabéns Carlos pela sua impresendivél colocação. Alguns sairam do debate politicos para algozar o gobvernador Iberê.
