ROMA — Em missa celebrada na tarde deste domingo na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma, o Papa Francisco afirmou que os cristãos não devem trair a palavra de Deus com seus atos, pois “a hipocrisia pode comprometer a credibilidade da Igreja Católica”. Numa clara mensagem para tentar restaurar a confiança na Igreja, após uma série de escândalos, inclusive de abuso sexual de crianças por padres, ele disse aos sacerdotes para praticarem o que pregam.
- A incoerência por parte dos padres e dos fiéis entre o que dizem e o que fazem, entre a palavra e o modo de vida, afeta a credibilidade da Igreja. Aqueles que nos ouvem e nos observam devem ver em nossas ações o que ouvimos de nossos lábios, e assim dar glória a Deus - disse o pontífice em sua homilia, ladeado por monges beneditinos, a quem a basílica é confiada.
O Papa afirmou ainda que cada cristão pode ser um santo:
- Existem os santos de cada dia, os santos escondidos, uma espécie de classe média da santidade, a que todos nós podemos pertencer.
A Basílica de São Paulo Extramuros é a maior das quatro grandes de Roma. Desde que foi escolhido, Francisco tem frisado seu papel de “bispo de Roma”, numa tentativa de tornar menos solene a figura do Papa.
Mais cedo, diante de 80 mil pessoas na Praça de São Pedro, Francisco pediu aos fiéis que rezassem pelos cristãos que sofrem perseguições mundo afora. O Papa explicou que os apóstolos eram pessoas simples, mas que não tinham medo de nada, nem mesmo das perseguições “porque a sua fé estava baseada na experiência de Jesus, e por isso difundiram o cristianismo por todo o mundo”.
- A História da primeira comunidade de cristãos vale para a Igreja de todos os tempos, e também para todos nós - disse.
As mensagens do Papa são seu primeiro pronunciamento após a primeira grande decisão de seu pontificado, iniciado há um mês. Francisco nomeou no sábado uma comissão de oito cardeais, com representantes de todos os continentes, para aconselhá-lo na administração da Igreja e ajudar a reformar a Cúria Romana, afetada pelo vazamento de documentos confidenciais no escândalo que ficou conhecido como “Vatileaks”.
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