Ontem (3) eu falava que o PMDB vai deixar a presidente Dilma Rousseff falando sozinha nessa história de reforma política. É pior do que eu pensava.
O PMDB vai enlouquecer a presidente Dilma. O partido do vice-presidente Michel Temer e dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves, está propondo a redução no número de ministérios do governo para diminuir o gasto público.
Ora vejam só! O PMDB, que detêm o comando de cinco ministérios [Minas e Energia, Agricultura, Aviação Civil, Turismo e Previdência], propõe a redução de ministérios. Eles são 39, sem dúvida, um exagero [há quem diga que bastariam 20]. Mas ouvir tal proposta do PMDB, que sempre luta por mais espaços na Esplanada dos Ministérios, soa estranho. Tem gato na tuba!
A proposta do "aliado" no calor das manifestações de rua coloca mais lenha na fogueira da crise política.
O PMDB do vice Michel Temer age como se Dilma já não tivesse muitos problemas para resolver: inflação em alta, PIB em baixa, dólar em alta, produção industrial em baixa, protestos nas ruas em alta, aprovação popular em baixa. Tudo de uma vez.
A presidente Dilma Rousseff, pessoa de temperamento forte, deve estar à beira de um ataque de nervos.
Em vez de apoiar a proposta de plebiscito da presidente, o PMDB resolveu complicar a vida de Dilma.
A presidente tem 39 ministros porque precisa acomodar a base política que soma mais de 400 parlamentares no Congresso Nacional - apoio instável e infiel, diga-se de passagem.
Por ela, talvez, sua equipe fosse menor. Mas a política praticada no país hoje exige que ela mantenha o absurdo de 39 auxiliares. Alguns, ela só vê uma vez por ano. E olhe lá!
A proposta do PMDB é boa. O governo precisa reduzir a máquina pública. São 39 ministérios, 984.330 servidores e 22.417 cargos comissionados, totalizando um custo de 611 bilhões de reais por ano. É muito dinheiro!
Está na cara que o governo precisa rever seus gastos com a máquina pública. Mas o que muita gente estranhou ontem foi que a proposta partiu o PMDB, partido que não esconde grande apego por cargos e verbas de qualquer governo.O PMDB não está em sintonia com a presidente Dilma Rousseff. E parece que o partido não vai deixar apenas a presidente falando sozinho. Vai jogá-la a mercê da própria sorte
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