quarta-feira, 22 de abril de 2015

José Agripino e o Marcos Valério potiguar

Quem acompanha a atuação do senador Agripino com o dedo em riste criticando duramente o mensalão do PT jamais poderia imaginar que o seu partido protagonizaria o “mensalão potiguar” e que o Marcos Valério potiguar seria justamente doador do DEM.
Por: José Pinto Júnior

Não dá para acreditar. Faz um mês que o senador José Agripino Maia, presidente nacional do Democratas, foi às ruas protestar contra a corrupção. Também faz um mês que ele está sendo investigado pelo STF por ter recebido, segundo o empresário George Olímpio, R$ 1 milhão em propina para ajudar em um projeto que obrigaria os donos de veículos a fazer inspeção veicular.

Também faz poucos dias que o ex-amigo dele, Demóstenes Torres, escreveu que José Agripino e o colega Ronaldo Caiado, ambos os senadores do DEM, estão encalacrados com o escândalo de Carlinhos Cachoeira.

Para completar, o Jornal de Hoje reproduz matéria da revista “IstoÉ” que coloca o líder do DEM em maus lençóis outra vez. Veja trecho da matéria: “Procurado pela Polícia Federal por sonegar mais de R$ 500 milhões de impostos na Operação Salt, o empresário mossoroense Edvaldo Fagundes tem uma relação bem próxima com o atual senador José Agripino – que, por sua vez, já é investigado pela Procuradoria-Geral da República. Tanto é que Edvaldo já chegou a ser considerado o “Marcos Valério” potiguar, uma alusão ao operador do Mensalão, condenado por financiar a campanha do PT”.

Na legenda da foto, o empresário está descrito: “Procurado por sonegar mais de R$ 500 mi, o empresário Edvaldo Fagundes teria sido um dos maiores financiadores da campanha do DEM, presidido no RN por José Agripino”.

Além disso, há também investigação aberta pela Polícia Federal que apura denúncia em contratos milionários com a Empresa Industrial Técnica (EIT), firma da qual Agripino foi sócio cotista até agosto de 2008. Nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira.

Quem acompanha a atuação do senador Agripino com o dedo em riste criticando duramente o mensalão do PT jamais poderia imaginar que o seu partido protagonizaria o “mensalão potiguar” e que o Marcos Valério potiguar seria justamente doador do DEM.

Não importa qual partido seja o acusado do momento. O mais importante seria criar regras claras. Primeiro, promovendo o barateamento das campanhas políticas. Segundo, deixando cristalino de onde vem e para onde vão os recursos. Terceiro, punindo severamente quem desobedecer às regras.

Aliás, os líderes de PT, PMDB, PSDB e DEM deveriam sentar-se à mesa para definir as regras do jogo. A luta política deve ocorrer pela defesa de ideais e programas e não pela acusação de quem arrecada mais, de quem consegue mais dinheiro junto aos empresários amigos, que depois apresenta a inevitável conta.

Os líderes deveriam decidir sair das páginas de polícia e ir para as páginas de política.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Solicitamos aos senhores que ponderem nos comentários evitanto colocar em constragimentos a pessoa ao qual os senhores e senhoras irão fazer seus comentários.