terça-feira, 13 de janeiro de 2009

João Maia diz que o povo não aceita candidato de proveta




Tem razão o deputado João Maia: não se fabrica uma candidatura majoritária em laboratório. Se no passado, mesmo mais recente, ainda foi possível, fruto legítimo do coronelismo político, agora virou um monstrengo nascido de deformações de todas as origens. Foi o caso da candidatura Fátima Bezerra que, embora legítima por sua vida pública, não era natural. Nasceu sem élan, já corroída por um acordão feio e espúrio. A explicação é fácil. Basta desdobrarmos em motivos políticos o que o deputado João Maia chamou de 'química'. É que a própria democracia, antes marcada pelo jogo dos dominadores bolinando artifícios para a manutenção artificial do poder, já não se faz também em laboratório. Não se exclui daí os fenômenos da comunicação de massa, produzidos pelo rádio e a tevê, mas são exceções que não garantem mais a velha regra.Os caciques políticos pensaram assim até o ano passado e é possível que alguns deles ainda pensem. E se reuniram na sala de jantar da residência oficial da presidência do Senado, em Brasília, certos de que ali seria mantido o destino de carneirada de um povo obediente. Uma governadora, um senador, dois deputados federais, todos sob o florão da república, ainda convencidos de que é mesmo triste o poder que não pode. Agora, movidos por um vício crônico, imaginam que será fácil: unem as forças governistas a adversários de ocasião, prometem uma aliança para renovar os mandatos petistas, e pronto. Pois, sim. Não cuidem de chegar às ruas com uma retórica natural e logicamente sustentável, e verão que as suas forças não serão suficientes. Como, aliás, ficou demonstrado, derrotados que foram nas ruas de Natal na recente campanha popular. Não importa mais o julgamento que se faça amanhã do desempenho da prefeita Micarla de Souza, no seu messianismo populista como gestora pública. Acertando ou errando, Natal viveu um episódio político a ser avaliado nos traços e circunstâncias daquela hora. O protesto formal, contundente, julgando uma governadora, um prefeito de capital, um senador, dois deputados federais, deputados estaduais e vereadores, é um fato. João Maia tem razão: um laboratório político não produz candidatos naturais. Não precisa começar liderando pesquisas.Wilma de Faria começou com 3% e assumiu o governo. Garibaldi Filho era um nome imbatível e no espaço de trinta dias perdeu dois turnos para Wilma. Fátima Bezerra reuniu todos os poderosos no seu poderoso palanque e de lá desceu derrotada, perdendo até a retórica de oposição. Senhores, não duvidem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Solicitamos aos senhores que ponderem nos comentários evitanto colocar em constragimentos a pessoa ao qual os senhores e senhoras irão fazer seus comentários.